Rosselinni Muniz
Do alcance o seu dizer Ter água no corpo é merecer Tiganá Santana (2010)
Fabular diante das contingências é o desafio do intelectual. Teorizar diante do abismo do presente, cujo convite é de sobreviver em meio às precipitações de cristais de um caleidoscópio e pensar sobre seu movimento. A provocação que se alinhava a mim e me deixa desperta é o paradoxo da presença diante do ensino remoto e como as linguagens do contexto escolar são desafiadas. A língua anda à espreita, nas bordas escuras. Há que se andar às margens para ver as incertezas. Por isso, o verbo é a língua em movimento e o alcance da língua é a presença. O presente é o curso e este só é percebido quando o fluxo normal do tempo é quebrado por meio de a-com-tecimentos contingenciais que darão o sentido do aqui e agora.
A possibilidade de fluir no tempo-espaço é a única certeza, margem que nos abre às possibilidades de trajetórias irreversíveis. A palavra “presença” dobra em sua semântica e assim pensamos também na língua que se anuncia no “tempo presente”. Construamos uma narrativa que ouse ampliar o presente e entendê-lo como um fluxo continuum de experiências. Podemos ver que a língua se presentifica por meio do deslocamento deste fluir nas temporalidades com suas geografias: “experiência exata do sensível, do figurativo ou do passional vinculado ao aqui-agora.” (LANDOWSKI, 2002, p. IX).
A possibilidade de fluir pelo tempoespaço é a única certeza, margem que nos abre as possibilidades e incertezas de trajetórias. De pronto, a presença nos encaminha para pensar tempoespaço, porque a palavra dobra em sua semântica e, além da presentificação do ser, pensamos também na língua que se anuncia no “tempo presente”. Construamos uma narrativa que ouse ampliar o presente e entendê-lo como um fluxo continumm de experiências.
CARVALHO, Maria Inez. O a-con-tecer de uma formação. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 17, n. 29, p. 159-168, jan./jun. 2008.
CARVALHO, Maria Inez.. Uma volta para o futuro: em busca do tempoespaço perdido nas lembranças. Editus – Ilhéus, Ba, 2021.
LANDOWSKI, Eric. Presenças do outro: ensaios de sociossemiótica. São Paulo: Perspectiva, 2002.
ORÍ. Direção: Raquel Berger. Angra Filmes Ltda.; Fundação do Cinema Brasileiro. Brasil: Angra Filmes Ltda, 1984.
PRIGOGINE, Ilya. O fim das certezas – tempo, caos e as leis da natureza. São Paulo: Ed., UNESP, 1996.
SANTANA, Tiganá. Reverência. ℗ 2010 Tratore/Fonomatic. Disponível em: https://open.spotify.com/track/6iQIHP5HJ4WCmFKzk3wAQD?si=33594b01d7ac4629
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