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(Re)fazendo Saberes

Atualizado: 6 de jul. de 2021

Maria Madalena dos Santos



Fevereiro de 2020, retomada do ano letivo, no Colégio Estadual Francisco da Conceição Menezes – o Estadual, como o nominamos, em Santo Antônio de Jesus-Ba. Marca o momento, discussões e preocupações dos professores e brincadeiras dos estudantes sobre o vírus, que nos forçava a usar máscaras e a nos distanciarmos uns dos outros – algo bem difícil naquela aglomeração vibrante que tomava corredores, pátios e salas do colégio. A Pandemia dava sinais de sua chegada na Bahia: em dezessete de março, as aulas foram suspensas e, assim, refugiamo-nos em casa, assombrados pelo SARS-CoV-2. Novos hábitos sociais, medo, angústia, mas, sobretudo, a certeza de que estamos à mercê das circunstâncias do acaso.


Os agouros da peste aos poucos tomaram nossas vidas, desafiando, entristecendo, enlouquecendo! Contrapondo-se a tudo, o grupo de estudo sobre Formação em Exercício de Professores (FEP), foi um alento naquele lockdown angustiante com seus encontros semanais. Debruçávamos sobre temas relacionados à escola, currículo e educação no cenário social modificado pelo vírus, o que provocou o pensar educação e (re)inventar saberes-fazeres inerentes ao momento. A partir disso, provoquei-me a principiar o trabalho com educação remota no Projeto Sementes – curso de redação para estudantes da rede pública. Um desafio para todos os participantes foi se adequar às aulas remotas e suas tecnologias digitais, contudo, a apatia, falta de motivação e ausência de riso era o que mais me incomodava.


Tudo isso, somado às referências do grupo de pesquisa FEP, que encontra na arte alento para formação, inspirou o Projeto Poesia e Prosa no Ensino de Sociologia, fundado em um currículo alimentado pela arte, leituras e discussões sociológicas. Os encontros aconteciam quinzenalmente, entre as aulas de redação, com participação de artistas vinculados a poesia, música e fotografia.Imagens, sons, poemas, trechos de filmes e de livros, servia-nos deleite e formação. Encerramos com um Sarau, quando impregnados pela emoção, chorávamos, ríamos e nos deliciávamos perante o desfilar das rimas, versos, sons, cores e saberes.

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