Joseane Cardoso
No meio de uma longa busca do meu lugar do mundo, a direção parecia certa e algo invisível veio e atrapalhou tudo. Ou não. Março de 2020, pandemia, estava eu no meio de uma segunda graduação, tentando entender como cheguei e reaprendendo seguir. Logo eu, que se sentia tão resiliente, me vi tão resistente a mudanças...reaprender foi difícil. As telas nunca aproximaram tanto, itens que nunca fizeram parte da nossa rotina, hoje salva a vida. Entrar na contradição: ver os amores porque podemos não estar aqui ou não ver para não ter riscos. Levantar a bandeira que acreditar na ciência é que salva, mas isso é tão obvio! Negacionismos x esperança de que vai passar.
Na verdade, nesse um ano e meio, onde tudo muda o tempo todo, ando aprendendo a ter calma e me escutar. Com relações partidas, recomeços, chegar ao fundo e saber ser luz, me reencontrar diante de tudo está sendo doloroso e gostoso. Me abrir para novas possibilidades e saber desviar rotas. Firmar minha relação com a Educação e sentir na pele as dificuldades e prazeres de ser pró, mesmo pela tela. A invencionice de Inez Carvalho “professor catador de material” nunca fez tanto sentido já que a educação nunca exigiu tanta criatividade, tantos outros modos de falar sobre o mesmo assunto. Tantos são os aprendizados acadêmicos e de vida e posso dizer que nesse tempo eu minguei, cresci, hoje sou nova para virar cheia de mim e poder transbordar.
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